Stryper: ano de 2013, 30 anos de estrada e
um álbum com releituras de clássicos mais duas canções inéditas. Isso
resume o "Second Coming", o mais novo álbum do grupo, que chegou em 2013
com estilo e mostrando a que veio, com muita qualidade e empenho em
demonstrar que ainda têm muito o que oferecer ao cenário musical.
Nota: 9
Focado
na releitura dos seus maiores sucessos, eles não decepcionam e, tenha
certeza, surpreendem na grande maioria das músicas desse álbum. "The
Covering", álbum que antecedeu a esse, fez muito bem aos caras. "Second
Coming" surge como um recomeço, uma retomada às raízes que fundamentaram
seu som e consagrou o Stryper ao lado das maiores bandas de Metal do
mundo, sendo expoentes no Metal Cristão. E com 14 grandiosos sucessos e 2
inéditas, o álbum promete ser uma das grandes surpresas do ano.
Pois
bem, a primeira música é "Loud 'N Clear", e mostra toda a boa forma dos
rapazes. Guitarras viscerais, bateria e baixo muito firmes e, claro, a
estridente e potente voz de Michael Sweet faz com que ele sequer
aparente 49 anos de idade. Abre o álbum com grande estilo. Destaque para
Oz Fox, em seu hiper solo, e Michael Sweet, fazendo um agudo ainda mais
alto que na versão original.
A segunda música é "Loving You" e
confesso que me surpreendi com a presença dela no álbum pois ela não é
muito lembrada em seus shows. É praticamente a versão atualizada da
música, mantendo o alto nível que já iniciou com a faixa anterior.
Então,
a partir daqui, eles vão elevando o nível ainda mais, pouco a pouco. A
terceira faixa "Soldiers Under Command" é visceral. Tem já escutou a
versão ao vivo vai perceber que há uma grande semelhança. Vocal potente e
firme de Michael Sweet, solos do Oz e Sweet muito consistentes, bateria
do Robert impecável nessa faixa, e o baixo de Gaines firmando a
retaguarda. Música emblemática do Stryper e muito bem feita aqui.
A
próxima é "Makes Me Wanna Sing" e aqui fica o destaque para o vocal do
Michael Sweet, novamente, e o solo muito bem feito de Oz Fox. É incrível
como dois caras de, praticamente, 50 anos, mantém o mesmo nível de 30
anos atrás! Principalmente Sweet, que se esquivou totalmente da maldição
que assombra vários vocais do Metal e Rock sobre a idade diminuindo,
pouco a pouco, a qualidade vocal. Mas Michael demonstra uma técnica de
dar inveja até mesmo para muitos vocalistas de 20 anos de idade. A
melhor versão da música, ao meu ver, é do show gravado em Tóquio -
Japão, durante a turnê do álbum "In God We Trust", "Burning Flame".
Porém, essa versão de estúdio causa empate técnico entre as duas
versões, de tão boa que é.
Depois de muitos Riffs e agudos de
tirar o fôlego, surge "First Love" para dar aquela quebra de ritmo. Aqui
está uma das faixas que demonstra o grande entrosamento da banda e o
vocal potente e absurdo de Michael Sweet. Linda balada e uma grande
surpresa no setlist do álbum, mantém o nível de qualidade das outras
músicas. De arrepiar!
E aqui, na sexta faixa, surge um dos grandes
clássicos dentre os clássicos do Stryper: "The Rock That Makes Me
Roll". Os riffs, os solos, a bateria e o baixo extremamente entrosados, a
mesma magia e energia captada num estúdio de 1985. Bravíssimo agudo no
final!
"Reach Out" é a próxima e aqui mantém o nível anteriormente citado, exatamente como fazem na versão ao vivo.
"Surrender"
é uma surpresa. E que surpresa! Impossível não sentir a energia dos
anos 80 nessa música, que regravaram magistralmente! Oz Fox, como
sempre, arrepiando no braço da guitarra! Uma das grandes releituras aqui
feitas, com absoluta certeza.
Mas, é nona faixa que fica o teste:
"To Hell With The Devil" é a próxima. Confesso que fiquei impressionado
com a qualidade, me fazendo relembrar e, ainda por cima, preferir essa
versão do que a original! E Michael Sweet acerta o agudo final com a
mesma potência e mesmo vibrato, assim como em seu solo e do Oz Fox.
Absurdamente animalesco som! Excelente trabalho"
Após essa, não há
o que dizer de "Calling On You" e "Free", outras duas excelentes
músicas de 1986, do álbum "To Hell With The Devil"! A mesma qualidade se
segue e percebemos o quão em forma eles estão, assim como em "Sing
Along Song". Essa última tem até particularidades, como o início em que
inicia uma guitarra, depois a próxima para, então, iniciar a música e a
voz de Michael Sweet lembrando as versões ao vivo magistralmente.
E,
para fechar a lista dos clássicos, "The Way" e "More Than a Man"
surgem. Muito bem executadas, "The Way" dá o destaque para Oz Fox, que
maneja a guitarra de forma absurda nessa música. O solo é fantástico!
Técnica e domínio acima da média.
E em "More Than a Man", o que
dizer de Michael Sweet? Curiosamente, é na última música que ele
sacramenta a listagem de clássicos puxando os limites de sua voz! Me fez
relembrar muito "Against The Law" e "In God We Trust", demonstrando
toda sua capacidade técnica e domínio sobrenatural da voz para alguém
que tem, praticamente, 50 anos de idade! Destaque para o agudo final,
onde ele faz um agudo ainda mais alto - e mantém de forma assombrosa! -
do que na gravação de 1986 e nas versões ao vivo! Espetacular.
Na sequência, após os clássicos, surge as duas músicas inéditas: "Bleeding From Inside Out" e "Blackened".
Bom, a primeira é boa, mas não a nível de Stryper.
Faixa muito mediana, relembrando os tempos controvertidos de "Reborn",
só que um pouco acima do nível daquele álbum. É uma música boa, os
rapazes estão ótimos, porém, não convence.
Por outro lado,
"Blackened" é uma grande música! Grande cadência e ritmo, consegue
fundir o Metal do fim dos anos 80 com o Metal atual! Agudos absurdos,
riffs potentes e consistentes, encerram o álbum em grande estilo, assim
como começou, deixando aquele gostinho de "quero mais" e aumentando
ainda a ansiedade sobre o novo álbum de inéditas que, segundo eles,
sairá até o fim de 2013. Somente não supera "God", a faixa inédita
lançada em "The Covering", mas certamente seria um single e um dos
grandes sucessos do Stryper, ao lado de "Caught In The Middle", "Writings On The Wall" e "Mercy Over Blame".
Destaque
para Michael Sweet, que faz a guitarra solo das duas músicas. Jurava
que era o Oz Fox! Quando soube que era o Michael Sweet, me surpreendi
com sua técnica na guitarra. Realmente é um guitarra subestimado.
Demonstrou que, além de um excelente vocalista, é um grande guitarrista,
também, tanto quanto Oz Fox.
Bom, "Second Coming" é isso: um
álbum viciante, daqueles de comprar e guardar para seus filhos e netos
escutarem. Será um álbum lembrado na carreira do Stryper
como uma de suas grandes gravações, mesmo que de releituras das versões
originais existentes. Michael, Oz, Robert e Tim se firmam, ainda mais,
como o maior banda de Metal Cristã e uma das melhores do Metal em geral.
Excelente forma e técnica de todos.
Porém, como tudo não é
perfeito, há dois pontos fracos: "Reach Out" e "Bleeding From Inside
Out" foram os pontos medianos do álbum, não se mantiveram no nível das
demais canções. Mas creio que seja pelo grande nível criado por eles
mesmos nas demais músicas, o que ocasionou isso.
E o outro ponto é
a mixagem: ela estava excelente, álbum muito bem produzido, porém,
achei a bateria do Robert muito retraída em um pouco mais das canções do
álbum. Faltou um pouco de presença e peso da bateria. Para se ter uma
ideia, ao escutar "Reborn" novamente, a bateria de Robert estava mais
consistente e presente do que nesse último álbum, o que é uma pena,
porém, "faz parte do show".
Por fim, essa foi a resenha. Ao
escutar "Second Coming", um excelente álbum o espera e garanto a você
que escutará esse cd por um bom e longo tempo! Muito bem produzido,
excelente escolha das músicas (embora tenha sentido falta de alguma da
era "Against The Law", mas claramente percebe-se a linha que eles querem
seguir, então, tudo bem!) e uma qualidade técnica de dar inveja, esse é
"Second Coming" do Stryper, marcando sua volta ao cenário musical em grande estilo.
Até a próxima.
Track list de "Second Coming":
1. "Loud 'N Clear" (3:46)
2. "Loving You" (4:27)
3. "Soldiers Under Command" (5:08)
4. "Makes Me Wanna Sing" (2:50)
5. "First Love" (5:22)
6. "The Rock That Makes Me Roll" (4:53)
7. "Reach Out" (5:24)
8. "Surrender" (4:18)
9. "To Hell with the Devil" (4:06)
10. "Calling on You" (3:41)
11. "Free" (3:41)
12. "The Way" (3:37)
13. "Sing Along Song" (4:23)
14. "More Than a Man" (4:33)
15. "Bleeding from Inside Out" (3:44)
16. "Blackened" (3:08)
Fonte: Whiplash