LA Music Blog entrevistou o baixista do Megadeth Dave Ellefson. Seguem trechos da conversa.
LA Music Blog: Você acha difícil manter-se sóbrio durante as turnês?
Ellefson: Não. A dificuldade foi fazer a escolha e deixar essa vida pra trás. Eu não queria mais ser um viciado e drogado, mas eu também não sabia que eu queria uma vida totalmente limpa e sóbria. Eu tinha uma visão errada desse "estilo de vida sóbrio", eu achava muito sem graça e inocente. Quando você está vindo das trevas e do decadente mundo das drogas e álcool, a vida de cara limpa não parece muito boa [risos]. Mas quando eu finalmente fiz a escolha eu me senti abençoado e pensei "Isso é ótimo". Felizmente eu consegui manter a disciplina durante a vida e eu não tive mais pensamentos obsessivos e tentações que me levassem a retornar e ser como era antes. É interessante, uma das coisas mais difíceis pra mim ao compor o material do "Rust in Peace" era a dor causada pelo aço das cordas do baixo (justamente por eu estar saindo das drogas que me anestesiavam de qualquer sofrimento). Era muito doloroso e eu pensei "Oh, Deus, eu não sei mais se eu quero tocar". Esse pensamento me assombrou durante algum tempo, pensar que eu não poderia mais tocar era péssimo, então eu pensei na minha infância com 11 anos, onde tudo começou... Eu era jovem, tinha 11 anos e não tinha nada a ver com "Sexo, Drogas e Rock'n Roll". Lembrei que eu tocava porque simplesmente amava a música, eu adorava agitar nos shows. Esse era um pensamento inocente e que me trazia um grande bem-estar. Então eu me mantive firme nessa visão para voltar a ter inspiração, como era no começo. Isso me deu muita força durante a desintoxicação. Então, depois disso tudo eu voltei a ter muito prazer em tocar novamente.
Ellefson: Não. A dificuldade foi fazer a escolha e deixar essa vida pra trás. Eu não queria mais ser um viciado e drogado, mas eu também não sabia que eu queria uma vida totalmente limpa e sóbria. Eu tinha uma visão errada desse "estilo de vida sóbrio", eu achava muito sem graça e inocente. Quando você está vindo das trevas e do decadente mundo das drogas e álcool, a vida de cara limpa não parece muito boa [risos]. Mas quando eu finalmente fiz a escolha eu me senti abençoado e pensei "Isso é ótimo". Felizmente eu consegui manter a disciplina durante a vida e eu não tive mais pensamentos obsessivos e tentações que me levassem a retornar e ser como era antes. É interessante, uma das coisas mais difíceis pra mim ao compor o material do "Rust in Peace" era a dor causada pelo aço das cordas do baixo (justamente por eu estar saindo das drogas que me anestesiavam de qualquer sofrimento). Era muito doloroso e eu pensei "Oh, Deus, eu não sei mais se eu quero tocar". Esse pensamento me assombrou durante algum tempo, pensar que eu não poderia mais tocar era péssimo, então eu pensei na minha infância com 11 anos, onde tudo começou... Eu era jovem, tinha 11 anos e não tinha nada a ver com "Sexo, Drogas e Rock'n Roll". Lembrei que eu tocava porque simplesmente amava a música, eu adorava agitar nos shows. Esse era um pensamento inocente e que me trazia um grande bem-estar. Então eu me mantive firme nessa visão para voltar a ter inspiração, como era no começo. Isso me deu muita força durante a desintoxicação. Então, depois disso tudo eu voltei a ter muito prazer em tocar novamente.
LA Music Blog: Qual foi a importância da sua fé para manter-se livre do álcool?
Ellefson: A fé é tudo. É ela que me dá forças para manter esse estilo de vida. Eu sei que é meio esquisito um cara do metal, como eu, falar tanto em Deus e nessas coisas. Mas esse é o caminho, ter muita fé. Eu cresci numa família boa, num ambiente ótimo. Quando eu comecei a beber/usar drogas e frequentar festas, essa atitude não somente me afastou da minha fé, mas também estava destruindo meus sonhos de ser um músico de Rock. Essa é a verdadeira face das drogas e do álcool, essas coisas não fazem o Rock melhor, na verdade o destroem. É muito engraçado e irônico, aqui estamos nós com a turnê do "Rust in Peace", tocando essas ótimas músicas, nos divertindo muito. Durante todo esse tempo eu estive cultivando a minha fé e tentando ser uma pessoa melhor, eu realmente me envolvi muito nisso tudo, iniciei o "Mega Life Ministries" em Scottsdale e estive envolvido em muitas outras coisas. Quando estávamos gravando o "Risk" em Nashville, um pastor de Scottsdale me perguntou se eu poderia me sentar com ele durante um culto e tocar alguma coisa. Uma parte de mim pensou "Fala sério, isso é vergonhoso", a outra parte disse "Qual o problema de ler algumas tablaturas?" [Risos]. Então eu comecei a tocar e tudo isso ampliou meus horizontes, é como se a minha fé se tornasse cada vez maior e mais forte a cada dia. E essa fé só me tornou um músico melhor, eu sinto que quanto mais eu desenvolvo a minha fé, melhor músico eu me torno. Eu percebi que a fé sempre deve estar em primeiro lugar e as notas fluem naturalmente através dela.
LA Music Blog: Com tudo isso em mente, você acredita que a sua música agora é uma reflexão direta da sua fé?
Ellefson: A música em si é um tipo de reflexão do Espírito Santo fluindo através de você. Eu odeio soar como um maluco religioso aqui, eu não quero que pareça isso. Quando eu vivia drogado e tocava não havia música, pois não havia nada vindo dentro de mim, nada mesmo. Tudo funciona como se você fosse um canal para a música, por isso eu admiro tanto as pessoas que possuem esse talento musical. O Dave [Mustaine] pega a guitarra e um riff simplesmente aparece, do nada, e eu penso "Porra", como ele teve essa ideia? Soa tão simples, e eu sempre admirei isso nele. Então, se você toca Metal ou qualquer outro tipo de música, é simplesmente fascinante quando você vê a habilidade da pessoa em canalizar a música através de si. É uma admiração que eu tenho. Quando eu componho meu material, muitas vezes eu penso "Nossa, de onde veio essa ideia? Simplesmente fluiu através de mim."
Fonte: Whiplash!
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